A torcida do Vasco teve uma noite de segunda-feira para ficar marcada pelo restante da temporada. A vitória sobre o Fluminense por 2 a 0 fez com que os vascaínos, que foram maioria no Maracanã, comandassem a festa no estádio do início ao fim do clássico, com músicas e provocações ao rival.
A começar pela quantidade de torcedores no estádio. Com a equipe em boa fase e com o mando de campo, a torcida vascaína foi maioria esmagadora. Este foi o primeiro clássico contra o Fluminense pelo Brasileirão nos últimos dois anos que o Vasco mandou no Maracanã. Os outros dois haviam sido no Nilton Santos, com público de 90% a 10%.
A festa da torcida começou ainda no anúncio dos times no telão. O jogador mais ovacionado foi Rayan, no que parecia ser um presságio do que estaria por vir em campo.
Desde antes da bola rolar, o sistema de som do estádio fez uma brincadeira com os torcedores, incentivando os vascaínos a cantarem a nova música do momento.
“Oi, boa noite. Será que vai ter gol do Rayan hoje?”
E teve. Se o atacante já vinha em grande fase, ele deu ainda mais motivos para ser aplaudido de pé no Maracanã, ao participar dos dois gols da vitória vascaína.
Com a vitória por 2 a 0 no placar, a torcida do Vasco iniciou uma série de provocações ao Fluminense, esquentando ainda mais a rivalidade e o clima para as semifinais da Copa do Brasil, que serão disputadas em setembro entre as duas equipes.
— Ão, ão, ão, terceira divisão!
— Ôooo, É o destino!
— Olha… olha a torcida indo embora.
Mas a maior provocação foi a partir dos 30 minutos do segundo tempo. Dali em diante, praticamente só se ouviu “olé” no Maracanã. O Vasco trocava passes na defesa contra um apático Fluminense, e a torcida ia à loucura nas arquibancadas.
Além das provocações e dos gritos de olé, a torcida do Vasco também aproveitou para pegar no pé de dois jogadores do Fluminense.
Cano, atacante que já defendeu o Vasco entre 2022 e 2021, foi vaiado pelos vascaínos ao ser substituído. Mas nenhuma vaia se comparou ao que foi feito com Soteldo. O venezuelano, que ficou marcado em 2023, ao subir na bola em um jogo entre Santos e Vasco, foi xingado por praticamente todos os torcedores vascaínos. Ele é provocado desde que o Santos foi rebaixado no campeonato, enquanto o Vasco se salvou na última rodada daquele ano.
Do lado do Vasco, os jogadores mais festejados foram Rayan — estrela da partida —, Barros e Coutinho — os outros dois melhores em campo. O volante ouviu latidos da arquibancada a cada desarme e levou a torcida vascaína à loucura após uma sequência de trombadas com Acosta e outros jogadores do Fluminense. Já o camisa 10 e capitão da equipe foi o maestro do time na partida e foi muito aplaudido ao sair de campo.
Em plena sintonia com o time, a torcida reconheceu a atuação no clássico e demorou a sair do Maracanã. Diniz teve o nome gritado pelas arquibancadas do Vasco.
— Eu vi a torcida cantar meu nome e eu fico muito feliz. É um carinho e respeito recíproco. A torcida é o motor de tudo o que acontece no Vasco — disse Diniz, em entrevista coletiva.
Os jogadores foram até o Setor Norte e cantaram com toda a torcida o novo hit vascaíno: a música de Rayan. O atacante comandou a festa no Maracanã e foi muito festejado pelos companheiros.
Ao fim da noite, a torcida do Vasco encerrou um jejum de mais de dois anos sem comemorar uma vitória em clássicos no Maracanã. A última havia sido contra o Flamengo, em 2023, no Campeonato Carioca, na vitória por 1 a 0 com gol de Puma Rodríguez.
O grito final, é claro, não poderia ser outro:
— Aha, uhu, o Maraca é nosso! — cantou a torcida do Vasco.
Fonte: ge